Shira não
conseguia entender o que estava errado. Ela havia feito tudo certo, exatamente
como era pra fazer.
- Já era pra ter acontecido... - falou, para si mesma, pensativa.
Pensou por alguns instantes e resolveu checar se os elementos estavam dispostos corretamente - tudo estava em ordem. Também verificou a quantidade, mas não havia erro algum. Foi aí que ela se lembrou... Não, não pode ser. Finn jurou que estava tudo escrito no livro! Mas não estava, e ela sabia disso. Olhou para o relógio - não tinha muito tempo. Teria de tentar.
Shira correu. Passou voando pelos corredores do labirinto, sabendo exatamente aonde ia. Todos esses anos que passara presa neste lugar serviram para alguma coisa, afinal. Shira conhecia cada canto melhor do que conhecia a si mesma.
A garota parou na porta de uma sala. Ofegante, girou a maçaneta com cuidado. Além de sua respiração, o ranger da porta era o único barulho que se ouvia.
A sala era escura e fechada. No chão, um poço ocupava a área central do recinto. Era ele que Shira buscava.
Despiu-se rapidamente e, sem hesitar, mergulhou nas águas do poço. A escuridão a impedia de enxergar a um palmo de distância - mas Shira sabia o que procurava, e a visão não era importante para ela no momento. Apalpava as paredes com rapidez em busca do objeto. Ela já o havia visto uma dezena de vezes, mas pegá-lo? Nunca. Apenas quando fosse realmente necessário. As coisas fora do lugar podem causar muitos problemas, pensava ela.
Seu fôlego estava quase no fim quando sentiu, ao seu toque, algo se mexer. A certeza era instantânea: agarrou o objeto com as duas mãos e subiu, rumo à superfície.
A pedra turquesa reluzia de tal forma que a sala inteira foi iluminada. Shira olhou em volta, admirada com o poder da pequenina. Agora, mais do que nunca, tinha certeza de que a pedra poderia fazer acontecer. Tinha de ser assim.
A garota vestiu a roupa e fez o caminho de volta, ainda mais veloz.
Seu quarto pareceu ficar enormemente encantado quando Shira entrou com a pedra turquesa, quase como se ganhasse vida. A menina, sem perder tempo, adicionou o objeto reluzente à mistura de elementos que já havia feito e pronunciou as runas escritas no livro de Finn.
Esperou alguns segundos, sem o menor sinal de sucesso. Foi quando, ao quase perder as esperanças, Shira viu sua mistura tomar forma. Todos os elementos se juntaram, formando uma minúscula esfera. Ela sentiu a gravidade se esvair aos poucos, junto com as paredes e os corredores do labirinto. Em alguns segundos, tudo o que restara era ela, o pequeno objeto que criara e o vazio. Shira observou a esfera, que emitia quase inaudíveis ruídos e minimamente visíveis focos luminosos. Ela sabia que podia estragar tudo - mas precisava tocá-la.
Shira aproximou os dedos do objeto, com cautela, e encostou-os na superfície arredondada. No mesmo instante sentiu um calor inimaginável percorrer por todo seu corpo, e uma força incontrolável que a empurrava para longe.
Shira estava assustada, mas tinha certeza de que havia conseguido. Estava acontecendo!
Ela sabia que isso deveria acontecer depois da explosão. Agora, podia ver as estrelas rumando velozmente ao infinito, seguidas por planetas, meteoros e cometas - ela acreditava que era assim que se chamavam. De longe, viu tudo se organizar perfeitamente. Depois que seu trabalho for feito, pensou, as coisas saberiam exatamente o que fazer. Foi o que Finn havia dito. E foi assim que aconteceu.
- Já era pra ter acontecido... - falou, para si mesma, pensativa.
Pensou por alguns instantes e resolveu checar se os elementos estavam dispostos corretamente - tudo estava em ordem. Também verificou a quantidade, mas não havia erro algum. Foi aí que ela se lembrou... Não, não pode ser. Finn jurou que estava tudo escrito no livro! Mas não estava, e ela sabia disso. Olhou para o relógio - não tinha muito tempo. Teria de tentar.
Shira correu. Passou voando pelos corredores do labirinto, sabendo exatamente aonde ia. Todos esses anos que passara presa neste lugar serviram para alguma coisa, afinal. Shira conhecia cada canto melhor do que conhecia a si mesma.
A garota parou na porta de uma sala. Ofegante, girou a maçaneta com cuidado. Além de sua respiração, o ranger da porta era o único barulho que se ouvia.
A sala era escura e fechada. No chão, um poço ocupava a área central do recinto. Era ele que Shira buscava.
Despiu-se rapidamente e, sem hesitar, mergulhou nas águas do poço. A escuridão a impedia de enxergar a um palmo de distância - mas Shira sabia o que procurava, e a visão não era importante para ela no momento. Apalpava as paredes com rapidez em busca do objeto. Ela já o havia visto uma dezena de vezes, mas pegá-lo? Nunca. Apenas quando fosse realmente necessário. As coisas fora do lugar podem causar muitos problemas, pensava ela.
Seu fôlego estava quase no fim quando sentiu, ao seu toque, algo se mexer. A certeza era instantânea: agarrou o objeto com as duas mãos e subiu, rumo à superfície.
A pedra turquesa reluzia de tal forma que a sala inteira foi iluminada. Shira olhou em volta, admirada com o poder da pequenina. Agora, mais do que nunca, tinha certeza de que a pedra poderia fazer acontecer. Tinha de ser assim.
A garota vestiu a roupa e fez o caminho de volta, ainda mais veloz.
Seu quarto pareceu ficar enormemente encantado quando Shira entrou com a pedra turquesa, quase como se ganhasse vida. A menina, sem perder tempo, adicionou o objeto reluzente à mistura de elementos que já havia feito e pronunciou as runas escritas no livro de Finn.
Esperou alguns segundos, sem o menor sinal de sucesso. Foi quando, ao quase perder as esperanças, Shira viu sua mistura tomar forma. Todos os elementos se juntaram, formando uma minúscula esfera. Ela sentiu a gravidade se esvair aos poucos, junto com as paredes e os corredores do labirinto. Em alguns segundos, tudo o que restara era ela, o pequeno objeto que criara e o vazio. Shira observou a esfera, que emitia quase inaudíveis ruídos e minimamente visíveis focos luminosos. Ela sabia que podia estragar tudo - mas precisava tocá-la.
Shira aproximou os dedos do objeto, com cautela, e encostou-os na superfície arredondada. No mesmo instante sentiu um calor inimaginável percorrer por todo seu corpo, e uma força incontrolável que a empurrava para longe.
Shira estava assustada, mas tinha certeza de que havia conseguido. Estava acontecendo!
Ela sabia que isso deveria acontecer depois da explosão. Agora, podia ver as estrelas rumando velozmente ao infinito, seguidas por planetas, meteoros e cometas - ela acreditava que era assim que se chamavam. De longe, viu tudo se organizar perfeitamente. Depois que seu trabalho for feito, pensou, as coisas saberiam exatamente o que fazer. Foi o que Finn havia dito. E foi assim que aconteceu.